Monday, September 22, 2008

Meu Filho Está Falando

Meu filho está falando. E não é de hoje, faz tempo.

E faz tempo muita coisa. Muita coisa que passa e a gente não registra, não dá conta que está acontecendo e que aconteceu.

Há 3 anos e meio iniciei uma vida nova, e há 3 anos tenho uma nova vida. Em 2005 iniciei o mestrado, que acabara em Junho último; e no meio do mesmo ano fui salvo graças a um transplante de medula. E muita gente sabe disso. Mas quase todos não sabem o quanto sou grato por isso. Grato por estar aqui hoje, e feliz por tudo.

Há 3 anos também coloquei em prática a construção de um sonho, e há quase 2 que olho as sombras de escolhas que fiz. Meu sonho está longe de estar acabado; se quiçá, será. E as sombras, essas, como ao entardecer de um dia, tendem a crescer. Em silêncio, às vezes choro em alma. Noutras, me culpo. Mas vida que segue, e novas escolhas posso fazer.

Hão 2 anos que sou pai. Nem tão presente quanto eu gostaria, e nem mesmo uma pequena parte daquilo que eu deveria. Saudade. A cada vez que vejo seus cabelos enroladinhos e o sorriso em seu rosto, agradeço a Deus por essa dádiva. E não fico um minuto sequer ignorando as sombras das escolhas que fiz. E assim, te amo guri. E gostaria de estar ao seu lado todos os dias. Ininterruptamente.

O tempo urge, e as coisas continuam acontecendo. Certas noites, repenso o passado, e como era boa a vida em certos momentos. Hoje, tenho momentos gratificantes ao extremo, mas, sendo saudosista, ainda suspiro quando ouço certas músicas e à minha lembrança algumas cenas aparecem. Quem esteve naqueles momentos, naqueles lugares, sabe do que falo.

2009 está a um passo. É o ano em que, há tempos, decidi escrever. E dele, já tenho o título, a fonte, os capítulos e as pessoas. É como um filme que, repetidamente passa à minha cabeça. E que precisa ser externalizado. 2009 será o ano, assim espero. Leitores? Não interessam. Importa sim, a soltura.

Zoiudo. Vo pega o bodoque do nanon. Titia. Guga. Juiu. Um monti. Num quero. Vai pu mato. Gotosa. Caninha pai. Coca. Títi. Sai daqui. Quenti. Longi.

Palavras disconexas para o mundo, mas sentimentos indescritíveis para um pai.